O mercado futuro de café arábica caiu ontem (15/03) na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), pela quinta sessão consecutiva. No período, desde terça-feira passada (8), o vencimento maio/22, o mais negociado, perdeu 9,34% (2.175 pontos), saindo de 232,90 centavos de dólar por libra-peso para 211,15 cents, ontem.
Pelos gráficos, os futuros de arábica romperam o suporte de 220 cents e agora podem buscar 210 cents e o nível psicológico de 200 cents. Com indicadores técnicos sobrevendidos, o mercado deve tentar antes uma recuperação. As resistências estão em 220 cents e 225 cents.
Ontem a Associação de Café Verde (GCA, na sigla em inglês) divulgou que os estoques dos Estados Unidos diminuíram 30.493 sacas de 60 kg em fevereiro, totalizando 5.765.348 sacas. Ao fim de janeiro, o estoque era de 5.795.841 sacas.
A invasão da Ucrânia pela Rússia continua a pesar contra a commodity. Segundo analistas, a perspectiva de elevação das taxas de inflação dos alimentos pode levar a população mundial a diminuir o consumo de produtos não essenciais.
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim que o confronto no Leste Europeu coloca em destaque os problemas relacionados à oferta de fertilizantes e o aumento do combustível, que elevam os custos dos cafeicultores. Diante das incertezas, “muitos produtores estão negociando sua mercadoria apenas para atender a compromissos já assumidos, se mantendo cautelosos para o fechamento de maiores volumes. Houve, inclusive, redução do fechamento de
negócios futuros e de barters”, relatam os pesquisadores.
O Cepea apurou, ainda, que o clima continua favorável ao desenvolvimento das lavouras e à maturação dos grãos. Espera-se que a colheita da safra 2022/23 seja iniciada no fim de abril nas Matas de Minas (Zona da Mata) e, em maio, nas demais regiões produtoras.
O dólar à vista trabalhou em alta ao longo de todo pregão de ontem, renovando máximas à tarde, quando atingiu R$ 5,1691. No fim da sessão, era cotado a R$ 5,1591, avanço de 0,76%. Apenas nos dois últimos pregões, a moeda já subiu 2,08% e, assim, passou a apresentar sinal levemente positivo em março (+0,07%). No ano, ainda tem baixa de 7,48%.
Segundo corretores, um novo surto de covid-19 na China lançou dúvidas sobre a demanda global e parece esgotar o excesso especulativo em torno dos preços das matérias-primas provocado pela eclosão da guerra na Ucrânia. As cotações do petróleo caíram mais de 6% no mercado internacional, rompendo o piso de US$ 100. Internamente, a alta contínua das expectativas inflação e a piora da percepção fiscal diante de propostas para subsidiar combustíveis pesam contra o real.
O mercado futuro de arábica em Nova York operou em baixa em boa parte do pregão de ontem. O vencimento maio/22 fechou com desvalorização de 3,50% (765 pontos), a 211,15 cents. O mercado registrou máxima de 218,90 cents (mais 10 pontos) e mínima de 210,15 cents (menos 865 pontos).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações domésticas do café arábica caíram ontem no mercado físico.
Segundo os pesquisadores, as cotações domésticas do arábica foram pressionadas pela queda dos futuros no mercado internacional. O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.262,07 a saca, baixa de R$ 29,05 Reais em cada saca (-2,2%) em relação ao dia anterior. Esse cenário também desestimula o fechamento de negócios, diz o Cepea.
Para o robusta, apesar da queda dos futuros, a alta do dólar e a retração de vendedores sustentou os preços domésticos, relatam os pesquisadores. O Indicador Cepea/Esalq do robusta do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 758,40 a saca, aumento de 0,4% em relação ao dia anterior. Para o tipo 7/8, a média foi de R$ 746,02 a saca, queda de apenas 0,2% no mesmo comparativo – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo .
Fonte : Broadcast