Meu amigo leitor, coragem! Isso mesmo: coragem!
Inicio hoje, dentro dos artigos ordinários, ou seja, aqueles já programados, a reflexão sobre alguns temas que nos conduzirão às páginas bíblicas e ao conhecimento teológico.
E principio com este sentimento, ou ordenamento, ou decisão, que é a coragem! Nas páginas bíblicas de nossas traduções portuguesas, nos deparamos muitas vezes com esta palavra. Porém, na língua Hebraica a palavra coragem, como conhecemos, é desconhecida, tendo em vista que o que assim nomeamos, só o nomeamos, com uma palavra de origem latina que significa “agir com o coração”. No latim temos coracticum, que seria literalmente “ação do coração”. No Primeiro Testamento este sentimento pode ser traduzido como “seja forte”, “esteja animado”, “não tenhas medo”. De fato, o que nós traduzimos por coragem é tudo isso!
Porém, a coragem é uma virtude madura, não é desatino, irresponsabilidade ou mero impulso, mas, é o resultado da equação: “é necessário fazer” mais (+) “eu posso fazer”. E esta equação só encontra suas premissas verdadeiras quando a maturidade já se perguntou “é necessário fazer”, mas, “eu posso fazer?”. Veja como uma letra e um ponto nos ajudam a chegar ao resultado sadio! A coragem primeiramente responde “sim, é necessário fazer” e “sim, eu posso fazer”!
A gênese da coragem é o coração do homem, como já diz o próprio nome. Também o antitético da coragem reside aí: é o medo! Não o medo que nos ajuda a preservar a vida, mas aquele que aprisiona a vida, e nos impede de projetar, crescer, progredir, sonhar, amar… este medo que aprisiona, na equação anterior, me diz: “é necessário fazer, mas, eu não posso fazer!!!”
Tal como na fábula dos índios estadunidenses Cherokee, que personifica os sentimentos maus e bons como dois lobos e sobrevive aquele que alimentamos, é urgente nos dias de hoje alimentar a coragem com ração da espiritualidade, ou seja, alicerçá-la na esperança, na fé e no amor.
Para hoje, apenas uma provocação que pretendo desenvolvê-lo nas próximas semanas, navegando pelas páginas bíblicas e teológicas: o que tenho alimentado na minha vida? Com qual alimento tenho nutrido a minha coragem?
E posso te mostrar como! Para usar uma palavra moderna aí vai alguns spoiler: por acaso você já leu Deuteronômio 31? Saberia me dizer o que está no parágrafo 1808 do Catecismo da Igreja Católica? Lembra do Papa Bento XVI? Ele tem um documento chamado Spe Salvi, sobre a Esperança cristã, e nos números 35 e 36 escreve muito sobre a coragem. Também Francisco no seu documento Evangelii Gaudiumm, particularmente no número 263 e seguintes, ou então número 129 de outra exortação, a Gaudete et Exultate…
Ficou curioso (ou meio perdido)? Não perca os próximos textos!
Padre Dione Piza
Pároco da Paróquia São Sebastião de Juruaia/MG
Fotos:
Elo7
Arquivo Pessoal Padre Dione Piza