Moradores da Petúnia lotam a Câmara de Nova Resende

A sessão da Câmara de Nova Resende ontem (02/05), foi voltada exclusivamente para a questão do asfalto que liga Nova Resende ao Distrito de Petúnia, teve momentos de tensão e manifestações do público que lotou o auditório do legislativo.

Na sessão, foram muitos os pronunciamentos em defesa da manutenção do projeto original, com acesso pelo Cafundó. O prefeito manteve sua posição de mudança, alegando que, somente com um projeto técnico de engenharia, inviabilizando a descida pelo “morro do Nelson Goularte”, muda de posição. Foi uma sessão com temperatura alta e ânimos à flor da pele.

A reunião iniciou com uma oração feita pelo Pastor Giancarlo, que citou um versículo da bíblia e pediu para que orem pela cidade onde vivem, para fazer o melhor por ela, pensar nela e para ama-la. Em seguida, o presidente da mesa passou para a Tribuna Livre que teria o tempo de 5 minutos. O primeiro a ocupar a tribuna foi o ex-vereador e representante do deputado Federal Emidinho Madeira, Zezé Cruz, que iniciou falando que retorna à Câmara com tristeza, porque já estava tudo resolvido como seria o asfalto e aquele momento não seria necessário caso o prefeito tivesse mantido a ideia. Neste momento, a plateia que acompanhava aplaudiu. No final, ele disse que se não fosse resolvido, irá marcar uma audiência no distrito para resolver.

Em Seguida falou o Samuel, porta-voz do Movimento Pró-Alfalto, que iniciou falando ao presidente que na Assembleia em BH que tiveram mais de 4 horas de audiência. Pediu mais tempo de fala, mas o presidente disse: “Se for pra falar bem tudo bem, mas se for igual o Zezé, não”. Ele começou agradecendo o prefeito Zé Roberto, por acreditar no Movimento. Perguntou aos vereadores se eles não serão cobrados por Petúnia ter duas chegadas (que é o compromisso do prefeito).

 

O próximo foi o ex-secretário de estradas Marquinho Maia, que iniciou dizendo que estava lá para representar o povo e que o povo não concorda de descer o asfalto pelo morro. Ainda colocou a questão que ele é caminhoneiro e aquela descida é perigosa e que não vai ficar barato para fazer a terraplenagem.

 

Geovane, representando a Renovação Carismática, falou que este asfalto foi profetizado, em 2013 em um encontro em Uberlândia/MG, que uma casa de oração da Renovação de Minas, de uma Diocese que não tinha ligação asfáltica e no ano de 2019 nasce o Movimento Pró-Asfalto. É uma obra que une deputados federais, estaduais, Católicos e Evangélicos. Ele pediu ao prefeito e aos vereadores uma resposta convincente do motivo de passar o Asfalto pelo “Morro do Nelson”.

 

Deputado Emidinho Madeira disse que essa decisão de descer pelo morro tem que ser revista e repensada, pois se acontecer um acidente com um ônibus ou caminhão, pode se evitar, seguindo pelo Cafundó, nem que demora mais, mas que seja feito com qualidade. Ainda sugeriu, ao invés de fazer duas chegadas na Petúnia, fazer a ligação com Bom Jesus da Penha para facilitar a ida à Passos.

Em seguida, o deputado estadual professor Cleiton, que falou da audiência pública realizada na Assembleia, disse que ele nunca viu uma audiência que tratasse de um tema do interior de Minas com tantas pessoas mobilizadas. Ele disse também, que enquanto ia para a Petúnia, errou o caminho e foi parar no “Morro do Nelson” e ao ver, pensou: “Esse trem é perigoso”. E ele como professor, pensando em um ônibus escolar precisa ser dirigido com cuidado e passar pelos lugares onde não se ofereça perigo a vida, pois vidas não se negociam. E para encerrar ele disse que, se o problema é terminar rápido por falta de dinheiro, esse problema acabou, pois, ele esteve com Senador Alexandre Silveira que prometeu mais R$ 1 milhão para esta obra e o professor se comprometeu a colocar mais R$ 500 mil de suas emendas e mais R$ 500 mil para Alpinópolis.

A pedido do Samuel o presidente concedeu a palavra para o Timo, um Alemão que mora no distrito. Ele parabenizou todos do movimento, e disse que se não fosse o Movimento, não teria asfalto e disse que não entende por que o prefeito e os vereadores mudaram de ideia de uma hora para outra.

 

Falou também o presidente da Câmara de Alpinópolis, Alex, que disse que o povo é quem paga o político. Então, porque não decidir a favor do povo, todos os políticos estão no poder de passagem e que a resposta vem nas urnas. Ele disse que se sentiria envergonhado se sair da Câmara lotada e a voz do povo não for ouvida.

 

O Prefeito Rafael Freire de Alpinópolis também fez o uso da tribuna. Iniciou parabenizando o prefeito pelo ato de coragem e amor pelo povo, por ter colocado as máquinas da prefeitura na estrada e fazer o asfalto chegar. Anunciou que Alpinópolis entra oficialmente no Movimento Pró-Asfalto, e já anunciou a indicação de R$ 1 milhão do Senador Rodrigo Pacheco para iniciar o asfalto de Alpinópolis ao Cafundó e mais R$ 2 milhões do deputado federal Emidinho Madeira. E disse ao prefeito Zé Roberto que se o problema é dinheiro para manter o projeto original, vamos juntos, somar força, para que o projeto seja mantido.

Em seguida, o prefeito Zé Roberto faz o uso da tribuna, disse que desde o dia da audiência pública foi parceiro do Movimento e vai ser até o último dia de seu mandato. Agradeceu todos os secretários e sua equipe que está junto desde o começo, e assumiu uma responsabilidade de fazer um asfalto igual esse, com grande percurso, além do que está sendo feito para Conceição da Aparecida. E passou todo o relatório de emendas de deputados que estão nos dois asfaltos, agradeceu a cada um. Disse que está sem entender o motivo de estar tendo essa distorção, que hora nenhuma ele disse que o asfalto não vai descer para o Cafundó. Disse ainda que tem emenda que está licitada, que o projeto já é descendo pelo Cafundó. Disse ao professor, que da forma que está a estrada, realmente está muito perigoso, mas a partir do momento que fizer o asfalto, o perigo já diminui bastante. Disse ainda, que é companheiro do asfalto para chegar na divisa do município e vai levar as duas obras simultânea, pelo Cafundó e pelo “Morro do Nelson” e quem sabe no futuro, buscar recurso para fazer o outro trecho do Cafundó. Era para ter vindo um engenheiro, mas não veio, porém ainda vai levar o engenheiro para ele dar uma dica, e se o engenheiro disser ao prefeito que não convêm, que vai gastar muito, ele terá a humildade de respeitar o engenheiro.

 

Os moradores do distrito que ali acompanhavam, gritaram do plenário pedindo um real motivo que não vai passar pelo Cafundó primeiro e cobraram uma posição dos vereadores que não se manifestaram, na sessão. Os moradores revoltados com a decisão começaram a gritar “vergonha!”

 

Fonte: TV Resende Web