Onde vamos parar?

“O aumento nos insumos, fungicidas, herbicidas inseticidas e falta desses produtos vai travar o produtor e muitos terão dificuldade de honrar os compromissos com as agências que liberas recursos financeiros”

 

 

Café é uma cultura que depende de muito empenho da parte do produtor dentro da porteira e outras ações que estão nas mãos dos atravessadores, além de estar em perfeita harmonia e equilíbrio com a natureza.

 

Neste ano já tivemos vários efeitos que fizeram com que a lavoura mudasse de comportamento.

 

Uma delas é a questão do clima, pois tivemos um longo período de seca, seguida de geadas e stress hídrico. Consequentemente, as lavouras liberaram uma florada exuberante e estavam preparadas para produção.

 

Até aí tudo bem, porque ficou lindo para fotografar e ocorreu a abertura no período que teve chuva. Que benção!

 

Os produtores até então frustrados com a geada, animaram em ter uma esperança para levantar a cabeça e dar sequência na atividade. Isto porque o ciclo voltando ao normal, com a vinda das chuvas, os preços aumentaram pela falta do produto. Vamos trabalhar!

 

Daí surge um fator que não está nas mãos do produtor que é a logística e a fabricação de insumos para correção das lavouras de café.

 

Esses tratos culturais tem que ser colocado na planta para dar condições de segurar o fruto no pé.

 

Então surge a falta de alguns tipos de fertilizantes e defensivos agrícolas que na aplicação podem reduzir na mão de obra e também aumentar a produção. Com a falta de alguns fertilizantes que contém micro e macro nutriente, o produtor fica sem opção e acaba optando por utilizar a fórmula que tem disponível.

 

Também para diminuir a mão de obra, o produtor faz a opção por herbicida dessecante para baratear na mão de obra. E com a falta dele os custos estão aumentando tanto que muitos produtores já fazem opção por arrendar áreas para terceiros.

 

Outro fator é a molécula e poucos detém por devido patentes por multinacionais.

A fabricação maior está nas mãos dos chineses, que estão passando por uma dificuldade devido a falta de carvão para funcionar as siderúrgicas e além de tudo a paralização prolongada devido à Covid-19.

 

O aumento nos insumos, fungicidas, herbicidas inseticidas e falta desses produtos vai travar o produtor e muitos terão dificuldade de honrar os compromissos com as agências que liberas recursos financeiros.

 

Uma porque na falta de mão de obra qualificada, triplicou os fertilizantes e herbicida e além de não ter algumas fórmulas está ficando refém e a janela de crescimento dos chumbinhos depende dessa tomada de decisões para garantir o produto.

 

Na outra ponta falaram e divulgaram a liberação de recursos do governo via Funcafé. Foi ótimo para imprensa e a pergunta que fica é: qual Cafeicultores atingidos pela geada receberam esse recurso do Funcafé?

Juros a 7,5 % e o Pronaf 4,5 por opção, quem tem o Pronaf não pode estar adquirindo o Funcafé e por aí vai. E se o produtor optar por mão de obra vem aumento no custo pelos combustíveis. Então não sei onde vamos parar com essa política inflacionária.

 

Se quisesse apoiar o produtor de fato, deveria liberar o recurso a juros (zero), e prazo de pagamento de 7 anos com 3 anos de carência. Agora sabemos que quem perdeu foi somente os produtores afetados pela geada mesmo.

 

Fernando Barbosa

Cafeicultor em São Pedro da União/MG

Expressiva liderança da cafeicultura nacional

 

Fotos:

Arquivo Pessoal

Senado Federal