Setembro Amarelo é o mês (de 1 a 30 de setembro) dedicado à prevenção do suicídio. Trata-se de uma campanha, que teve início no Brasil em 2014, e que visa conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento. É nesse mês que no dia 10 se comemora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Em todo o mundo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. No Brasil, a cada 45 minutos uma pessoa também tira a própria vida. Esta situação é considerada um problema de saúde pública.
ORIGEM
Em setembro de 1994, nos Estados Unidos, o jovem de 17 anos Mike Emme cometeu suicídio. Ele tinha um Mustang 68 amarelo e, no dia do seu velório, seus pais e amigos decidiram distribuir cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que pudessem estar enfrentando problemas emocionais.
Desde então começaram várias campanhas de prevenção pelo mundo, e, em todas, a cor amarela é usada para representar a campanha a fim de homenagear o jovem apaixonado pelo Mustang 1968 amarelo.
EM JURUAIA
A realidade é preocupante e os números assustadores no município de Juruaia, considerando as tentativas de suicídio nos últimos três anos. Este editor do Portal AMAURI JR NEWS coordena e participa todos os sábados do programa X da Conexão, na Rádio Conexão FM 87,9 de Juruaia, das 10 às 12 horas, juntamente com o radialista e empresário Rodrigo Luís Dias da Silva. No último sábado (25/09), foi muito importante a abordagem do tema Setembro Amarelo junto às competentes profissionais enfermeira Rita de Cássia da Silva e psicóloga Fabiana Antunes Fernandes, da rede pública municipal de saúde de Juruaia.
Rita e Fabiana relataram que durante o mês de setembro, o serviço público municipal de Juruaia (a exemplo de todo o Brasil) trabalha diversas ações relacionadas à saúde mental e prevenção ao suicídio. Na região, segundo informações das profissionais, é muito grande o número de suicídio consumados, principalmente junto aos jovens e pessoas do sexo feminino. Outra situação preocupante é o grande número de tentativas de suicídio. A situação se tornou ainda mais grave com as restrições de convívio social impostas pela pandemia da COVID-19.
MAIORIA COM JOVENS
Fabiana confirmou a observação deste jornalista durante a entrevista no sentido de que a maioria dos suicídios é cometida ou tentada por jovens. Uma condição que mudou nos últimos anos quando o problema atingia pessoas com uma idade um pouco mais avançada. Além disso, hoje é a população masculina o público que mais consegue “finalizar o ato”. Uma questão interessante é que não existe um único motivo para que a pessoa tome uma decisão tão drástica. Uma situação específica pode ser o “gatilho”, mas geralmente o drama envolve diversas questões pessoais, familiares, profissionais, financeiras, de relacionamento, da falta de aceitação ou inclusão social, etc.
Rita comentou que as redes sociais apresentam uma realidade pouco comum. Ou seja, principalmente os jovens tentam seguir uma vida baseada nos chamados influencers digitais. Porém, estes personagens da Internet vivem uma realidade totalmente diferente, sempre baseada num estilo de vida de alto requinte e recebendo pagamentos para a divulgação de empresas, roupas, etc. “Na verdade, aquilo que se vende no Instagram é um comércio”, disse. Qualquer pessoa que faz algum tipo de comparação acaba se sentindo um fracassado. Mas isto não é verdade, considerando que na “vida real” todos enfrentam diariamente os mais diversos tipos de problemas e desafios. “A vida não é perfeita. É preciso normalizar os dias ruins e saber que estes dias ruins passarão e que virão dias bons. São fases que vamos passar durante a vida. São altos e baixos que fazem a vida acontecer”, disse.
NÚMEROS ASSUSTAM
Rita revelou números assustadores quanto às “tentativas” de suicídio nos últimos anos em Juruaia, sendo:
– Em 2019, foram 38 ocorrências (21 do sexo feminino e 17 do sexo feminino);
– Em 2020, foram 22 ocorrências (17 feminino e 05 masculino);
– Até hoje em 2021, foram registradas 80 ocorrências (51 feminino e 29 masculino).
O problema é muito sério, pois muitas vezes as pessoas têm medo e até vergonha de expor suas dores emocionais, incertezas existenciais, frustrações pessoais ou qualquer outra condição. Um acompanhamento psicológico seria ideal para todas as pessoas. Até porque a vida não é fácil pra ninguém. A “dor” faz parte do processo e pode ser superada através de uma ajuda profissional. Por fim, é preciso observar a saúde emocional e mental, além de aspectos culturais e sociais.
BUSCAR AJUDA
“É preciso falar”, destacou Fabiana. Em Juruaia, todas as unidades de saúde estão abertas para receber as demandas. O atendimento acontece com total sigilo e com o devido acolhimento. Todas as unidades de saúde do município são “portas de entrada” para este acolhimento e encaminhamento à atenção especializada. Os próprios agentes de saúde são o “elo” de ligação com a comunidade nos mais diversos tipos de problemas.
Na foto, Rita e Fabiana entre os radialistas Rodrigo Luis e Amauri Júnior
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